sábado, 27 de outubro de 2012

FOCA NA ENTREVISTA



O novo professor do curso de Comunicação Social da UFSJ, Ivan Vasconcelos Figueiredo, nos recebeu em sua sala para falar um pouco mais sobre seu trabalho e suas expectativas sobre a universidade. Com apenas 29 anos, possui um vasto currículo com Graduação em Comunicação Social/ Jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa, Mestrado em Teoria Literária e Crítica da Cultura  pela Universidade Federal de São João Del-Rei e Doutorado (em andamento) em Estudos na Universidade Federal de Minas Gerais, além de diversos trabalhos e artigos publicados.

Foca no Ponto: Porque escolheu o curso de Comunicação Social?
Ivan: Porque ele é um curso que permite a você ser o mediador de um campo social o que é fundamental para a constituição do senso de cidadania da população.

FP: Qual a sua área de interesse dentro da Comunicação?
Ivan: Minha área de interesse dentro da comunicação é a Assessoria de Comunicação, Análise de Discurso e Estudos Culturais. Essas três áreas permitem o que eu considero dar voz ás minorias, o que as grandes mídias não fazem. E esse seria um viés pela área de Assessoria de Comunicação que eu vou conseguir pautar os veículos naquelas áreas que não seriam de interesse no cotidiano.

FP: Você tem algum profissional da comunicação no qual você se espelha ou tem admiração?
Ivan: Na Comunicação não, eu me espelho em um sociólogo jamaicano que se chama Stuart Hall.

FP: Porque você se espelha nele?
Ivan: Porque ele trabalha justamente essa questão do hibridismo das culturas.

FP: O que fez você optar por trabalhar na UFSJ?
Ivan: Eu escolhi trabalhar na UFSJ porque ela é uma universidade nova e tem um grande fôlego, e que eu considero cabeça aberta pra novos projetos como o meu.

FP: Que seria?
Ivan: Instituir uma Assessoria de Comunicação voltada para as minorias.

FP: Quais são suas expectativas na Universidade?
Ivan: Minhas expectativas estão em consolidar a área de Ensino e Extensão, mas, além disso, conseguir formar jornalistas como você em cidadãos críticos conscientes que são mais do que meros produtores de notícia e sim mediadores de debates sociais. Vocês são a ponte entre o saber e a comunidade.

FP: Pesquisando um pouco sobre seus trabalhos, percebemos uma grande preocupação em quebrar as barreiras da comunicação para surdos. Por que escolheu escrever sobre esse tema (Jornalismo para Surdos)?

Ivan: Isso começou na minha Monografia. Em Viçosa eu fiz um documentário junto com uma amiga minha, que fala sobre o cotidiano dos surdos na cidade, e nesse documentário eles narravam as dificuldades do dia-a-dia, os problemas com a barreira da língua, de conseguir informações e nesses problemas narrados tinha a questão dos telejornais. São pessoas que estão dentro da mesma sociedade que a nossa, mas que pela barreira da língua não têm possibilidade de se constituir inteiramente como cidadão já que uma das bases para isso é a informação. Se a informação no Brasil é passada só em Português e não também em Libras, significa que nós temos um atraso nesse sentido de inclusão. Durante o mestrado eu fiz uma pesquisa de recepção com telespectadores de surdos do único telejornal de Minas que traduz as notícias para Libras e um dos resultados foi que o telejornal não atende a essa comunidade, porque a Libras tem cerca de 10 anos de regulamentação, e os adultos não foram educados nessa área. A Libra não é ensinada na escola, então eles não conhecem os sinais, as notícias não traduzem o dia-a-dia deles, e não conseguem explicar o que eles precisam porque a dinâmica do telejornal não é feita pensada para a comunicação espaço-visual e sim para a comunicação, oral-auditiva. Com isso a sequência de três ou quatro segundos de um código de imagem não é suficiente pra um olhar que precisa ser contextualizado.

FP: Qual sua opinião sobre a mídia no Brasil e o papel que ela desempenha?
Ivan: A mídia no Brasil está sujeita a jogos de interesse de poder como qualquer mídia no mundo. Mas o Brasil ainda tem um avanço porque em 2007 constituiu o jornalismo público através da Empresa Brasil de Comunicação, então dos fatores que influenciam o tratamento da informação a gente tira a necessidade do mercado, e esse que é o maior influenciador hoje na mídia brasileira.

Texto de Aline Prado, Douglas Vidal e Sarah Reis

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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

CINCO DOCUMENTÁRIOS MUSICAIS POR SCORSESE



      Você já deve ter ouvido de Martin Scorsese, o diretor de cinema estadunidense que segundo críticos e estudiosos de cinema é o “maior realizador vivo” da chamada sétima arte. Atuou como diretor de filmes memoráveis como Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros e Cassino.
       Fora as grandes produções de filmes de temas complexos, o que é um marco da sua carreira, Scorcese também possui uma lista de produções sobre grandes nomes da história da música.
      Ele editou o filme sobre Woodstock (lendário festival do final dos anos 1960), dirigiu o videoclipe da música Bad do Michael Jackson e ainda produziu documentários como:
Last Waltz - O Último Concerto de Rock (1978): Filme registrado em 1976 que apresenta o último show da The Band. Show esse, contou com participações importantes, como Eric Clapton, Bob Dylan, Neil Young, Joni Mitchell, Ron Wood, Ringo Starr, Van Morrison, Muddy Waters, Neil Diamond, Dr. John e Ronnie Hawkins.
      Scorsese gravou e eternizou a última apresentação da banda. Uma verdadeira celebração que por si só já seria sensacional, mas que sob as lentes e direção de Martin Scorsese ganhou ainda mais brilho.
    Eric Clapton - Nothing But the Blues, An ‘In the Spotlight Special’(1995): Excelente documentário sobre o considerado Deus da guitarra, no entanto, nunca foi lançado oficialmente. Nesse filme Clapton fala sobre suas influências e trajetória musical.
No Direction Home - Bob Dylan (2005):  Documentário sobre a vida e carreira de Robert Allen Zimmerman ( Bob Dylan), de 1961 até o ano 1966. O documentário reúne em mais de quatro horas, detalhes e minúcias em que podemos compreender profundamente, como era a cabeça de Dylan e de sua juventude, naquela época.
        Shine a Light (2008): Sendo muito fã dos Stones, esse documentário presta homenagem a umas das mais famosas bandas de rock de todos os tempos.
      Em que grande parte do filme apresenta shows da banda no Beacon Theatre em Nova  York, no ano de 2006. E ainda há trechos de entrevistas dos Stones, dadas durante os 50 anos de carreira. "São trechos curtos, mas preciosos, que nos lembram da longevidade da banda e mostram um pouco mais da personalidade de cada integrante." - É o que enfatiza Scorsese.
    George Harrison - Living in the Material World (2011): Documentário sobre George Harrison, guitarrista e ex-beatle. Conta com participações e algumas entrevistas inéditas com Paul McCartney, Ringo Starr, Yoko Ono, Eric Clapton e Phil Spector e alguns outros. No documentário é narrada a vida e a carreira artística do músico, como também sua forte ligação com o mundo espiritual.
        Atualmente o Diretor trabalha em conjunto com Richard Attenborough e Anthony Haas na produção de "Silver Ghost", filme que retratará a história dos luxuosos carros Rolls-Royce.



Texto de  Danielle da Gama e Maria Catarina Carvalho

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"SINO É MÚSICA"




                     Há um toque específico dos sinos para cada acontecimento na "Cidade onde os sinos falam", ou  São João del-Rei. A cidade é conhecida assim por seus sinos serem ouvidos durante o dia e a noite, com uma ampla variedade de toques. Os toques mais conhecidos são o Dobre Simples, o Dobre Duplo e o Repique. O sino pequeno comanda o ritmo da música enquanto o grande e o médio acompanham. Antigamente, os sinos eram o meio de comunicação e transmissão de notícias existente na cidade. 
              Nilson José tem 37 anos e há 20 é sineiro da Igreja São Francisco. Ele conta com entusiasmo sobre sua profissão, as lendas, a relação do sino com a música (samba e toques da capoeira). "Sino é música", afirma o sineiro. Nilson teve participação no documentário "Entoados", que foi produzido nos municípios mineiros de Catas Altas, Diamantina, Ouro Preto, São João del-Rei, Tiradentes e Mariana. 
Nilson José
              Os sinos antes de irem para a torre para exercer sua função, são batizados e recebem nome, geralmente de acordo com a igreja e com o santo. Reza a lenda de que, em 1915, um sino chamado Jerônimo foi preso por matar o sineiro João Pilão. Segundo Nilson, João Pilão era alcoólatra e em uma procissão se trancou na torre para tocar o Jerônimo. Quando o sino parou antes da hora, as pessoas ficaram preocupadas e ao invadir a torre, viram João Pilão ao chão, morto. 
             Dizem que o sino ficou preso na antiga cadeia, mas o que acontece realmente quando uma pessoa é morta por um sino é outra coisa. Seu badalo é retirado e o sino recebe o "castigo" de não tocar por alguns anos. Ele também é coberto por uma lona preta e acorrentado. Depois da punição o sino pode voltar a ser tocado ou é derretido e aproveita-se o material, exatamente como aconteceu com o Jerônimo.




Texto e fotos de Cecília Santos e Tadeu Canavez

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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

VI INTERVENÇÃO DE ARQUITETURA E URBANISMO










No último dia 16, aconteceu a VI Intervenção do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSJ. Na ocasião, os alunos do 1º período do curso de arquitetura apresentaram seus trabalhos na Praça da Estação, no centro da cidade. Ao todo, foram seis grupos que expuseram suas estruturas das 15 às 20 horas.
O processo de montagem começou cedo. Logo pela manhã, os estudantes já estavam no local construindo suas estruturas. A maioria buscou materiais em ferros-velhos da cidade. Alguns alunos utilizaram-se das obras de Cildo Meireles, em Inhotim, como inspiração. O público presente pôde desfrutar além de efeitos visuais, conseguidos através de luz artificial, de efeitos sonoros. Em um determinado trabalho os visitantes podiam controlar a música que estava tocando no momento.
Segundo o professor do curso de Arquitetura, Rafael Brandão, a ideia do projeto é estimular a percepção do espaço público - já que é uma área de atuação do arquiteto - através da arte, da abstração e da busca de materiais. “A gente acha que fazer essa Intervenção no espaço público, nas praças de São João Del Rei, estimula as pessoas da cidade a pensarem outras possibilidades de uso para o espaço público.”
A visitação na Intervenção contou, não só com aqueles que já tinham conhecimento do evento, como também com as pessoas que passavam no local naquele momento. Os alunos do Centro Pedagógico Catavento também marcaram presença. As crianças divertiram-se e interagiram com as estruturas.
No processo de desmontagem, apesar do cansaço, os alunos mostraram-se satisfeitos com o resultado. “Deu certo. Tivemos um pouco de falta de luz, mas está dando certo. Foi muito legal fazer o trabalho. Foi uma experiência única. Foi muito interessante.” Sávia Porto, aluna do 1º período de Arquitetura.




VEJA O VÍDEO DO EVENTO



Texto de Bárbara Barreto, Júlia Dias.
Fotos de Bárbara Barreto e Júlia Dias
Vídeo: Marília Cunha



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O SONHO E A REALIDADE

Jogadores da categoria mirim do Athletic Club junto com o técnico Elói

           
           O sonho de quase todos os garotos brasileiros é ser jogador de futebol. O glamour, a fama e todo o mundo que gira em torno de uma grande estrela do futebol mundial com certeza deslumbra e enche os olhos dos pequenos aspirantes à posição de craque. Mas nem tudo são flores e apenas uma pequena porcentagem chega ao profissional. Uma quantidade ainda menor tem sorte e habilidade suficiente para se destacar. A fim de observar mais a fundo essa rotina de duro trabalho de vários garotos, duas escolinhas de futebol foram acompanhadas, uma em São João Del-Rei e a outra em Conselheiro Lafaiete.
           Em Conselheiro Lafaiete, o clube Carijós possui uma escolinha de futebol que recebe garotos com idade de 10 a 12 anos. O responsável pelo treino das Crianças é Luis Nascimento Lemos, mais conhecido como Ted. O treinador que alcançou neste ano a incrível marca de 28 anos como professor no clube, recentemente foi campeão mundial com a Seleção Brasileira de futebol Society.
          Quando questionado sobre sua atual equipe,  torneios futuros e se algum dos garotos teria talento para se tornar profissional, Luis comenta que nos 28 anos à frente do clube apenas um jogador foi revelado, passando a treinar nas categorias de base do Clube Atlético Mineiro. “Em relação ao grupo atual, não vejo nos garotos alguém que tenha probabilidade de estourar no time profissional, mas esta equipe foi formada recentemente, ainda temos muito que extrair dos garotos”. Nosso primeiro campeonato acontecerá em novembro, e espero que possamos fazer boas partidas apesar do pouco tempo juntos. ’’, ressalta Ted.
Walter Leal acompanha o neto Samuel
            Um dos destaques do time é o pequeno Samuel Torres Pereira, de apenas 10 anos. O garoto, torcedor do flamengo e fã incondicional do Argentino Lionel Messi, afirma que apesar de ser um dos mais jovens da equipe, sente-se confiante para disputar a primeira competição pelo clube. “Gosto muito de jogar no ataque, fazer gols sempre foi meu melhor e encaro os treinamentos com muita seriedade, afinal sonho em ser profissional um dia.”, diz o garoto. Samuel, que já treina na escolinha há 2 anos e subiu recentemente de categoria por idade, admira o técnico e é bem responsável  nos treinamentos e nas ordens do treinador.
              Quem acompanha de perto Samuel , desde que o garoto entrou no mundo do futebol é seu avô, Walter Leal Pereira, de 63 anos. Walter diz que tem prazer em levar o neto para treinar e que também torce para que o neto realize seu sonho de ser um jogador profissional. Walter disse ainda que não se importaria em mudar de cidade com o neto, caso fosse preciso para que ele pudesse treinar em clubes maiores.
              Fundado em 27 de julho de 1909, o Athletic Club de São João Del Rei possui quatro categorias de base: pré-mirim, mirim, infantil e juvenil. Elói, treinador profissional há 18 anos e treinador  da categoria mirim do clube há 11, disse que vê como promissor o futuro de seus alunos. “Temos bons jogadores, um dos nossos meninos está jogando no Atlético Mineiro. Gustavo nascido em 1999 é lateral direito da categoria mirim do Atlético”, diz o treinador. Thiago Gallhardo, que no ano de 2011 jogou como profissional no Botafogo do Rio de Janeiro, também já passou pelo Athletic, segundo Elói.
           Mas nem todos os meninos que entram em escolinhas têm o sonho de seguir carreira no futebol.  É o caso de Augusto, jogador da categoria pré-mirim do Athletic que vê o futebol como prática esportiva além do lazer. “ Eu sou corinthiano, meu ídolo no futebol é o Messi, mas eu não quero ser jogador de futebol”, afirma Augusto. Eliana, sua mãe que o acompanhava no treino, tem o mesmo pensamento do garoto e diz que o incentivou a jogar futebol para fazer exercícios.  
O garoto Augusto e sua mãe, Eliana
            Mesmo com todo o suporte que os clubes do interior podem oferecer aos garotos que sonham em ser jogadores profissionais, o caminho ainda é complexo. Maravilhados com os ídolos que assistem na tv, os garotos sonham e acreditam que terão o mesmo sucesso de craques como Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo, dentre outros. Estes talvez não passaram pelas mesmas dificuldades que os garotos do interior provavelmente enfrentam ou vão enfrentar com as peneiras e outros processos seletivos. 
           Porém, o futebol também nos mostra um lado menos glamuroso, onde o importante é se divertir e ao mesmo tempo fazer exercícios físicos.  No sonho de ser jogador profissional não é a vontade de vencer que importa, pois todo mundo pode ter isso. O que importa é a vontade de se preparar para vencer.






Texto  e fotos de Matheus Henriques e Thaís Marques

CAPOEIRA: TROCA DE CORDAS, CULTURA E CONSCIÊNCIA AMBIENTAL




No dia 13 de Outubro, às 16h00min, no Teatro da Universidade Federal de São João Del Rei do Campus Santo Antônio, ocorreu o batizado e troca de cordas da academia Estilo Capoeira. Tendo a preservação da natureza como um dos principais lemas da academia Mestre Gato, criador do projeto transmitiu a mensagem às crianças participantes do grupo e iniciou o evento com a premiação de cartazes feitos por elas, com desenhos relacionados à causa ambientalista.
Em seguida aconteceu o batizado e a troca de cordas, que foi realizado do menos graduado aos mais experientes. Foi um momento de  felicidade para os mais jovens, muito disso devido à importante presença de seus pais, que vieram apoiar e registrar o momento.
Finalizando as atividades, foram apresentadas danças típicas africanas e uma roda livre foi formada, empolgando a todos na plateia Os saltos, os chutes e outros movimentos executados impressionaram pela grande velocidade. O talento aliado à técnica adquirida após muita prática do esporte, deixou quem assistia aflito pela proximidade dos movimentos exercidos pelos capoeiristas.
O belo trabalho do Mestre Gato é realizado há alguns anos com os alunos da Escola Municipal Maria Tereza, em associação com a Estilo Capoeira e com o apoio da Universidade Federal de São João Del Rei. O registro de projetos dessa natureza é importante para que se incentive a prática de esportes como a capoeira que, como outros, não tem tanto espaço e tanta visibilidade.
 



Texto de Alan de Carvalho, Aliny Ramalho e Everton Cardoso






terça-feira, 23 de outubro de 2012

LAGOA DOURADA, CIDADE DOS MÓVEIS RÚSTICOS



Apesar de ser a terra do rocambole, Lagoa Dourada é conhecida também pela fabricação de móveis rústicos.


Nem só de rocambole vive Lagoa Dourada. Outro ramo que movimenta bastante a economia da cidade é a fabricação de móveis rústicos, que chamam a atenção por sua beleza e durabilidade. Com o aumento da procura, surgiram várias fábricas dedicadas a esta atividade. Atualmente aproximadamente dez estão em atividade.
Iniciada há cerca de 50 anos a atividade é responsável por significativa parte dos empregos e renda gerados no município. Antônio Carlos Faria, proprietário de uma fábrica de móveis em Lagoa Dourada, é neto do pioneiro do ramo na cidade, Luiz José de Resende. “O ramo de móveis é bem antigo na cidade, antes eles eram fabricados em estilo colonial e hoje a fabricação acontece com madeiras de demolição. Seguindo a tendência da sustentabilidade, estes produtos tiveram uma resposta bem melhor do público do que os móveis tradicionais”, explicou Antônio.
O processo de fabricação é bem artesanal, apesar do uso de máquinas. O marceneiro é o principal elemento do processo, uma vez que usa sua criatividade para fazer as peças, o que talvez seja o motivo do grande sucesso. “A madeira de demolição é uma madeira reciclada, geralmente vêm de casarões, fazendas e galpões rurais, da região sul do país”, completou o empresário.
Peça em madeira de demolição
Os móveis fabricados na cidade já cruzaram o Oceano e foram objetos de admiração em países como Suécia, Espanha e Portugal. A passagem da Estrada Real pela cidade e a ligação próxima com cidades turísticas, como Tiradentes e São João del - Rei, ajudaram a expor a produção. A possibilidade de exportar os produtos beneficiou bastante os fabricantes. “A experiência de exportação foi muito legal, já fizemos isso algumas vezes com um retorno muito positivo. Até hoje recebemos vários pedidos de orçamentos de diversos lugares”, finalizou Antônio Carlos.
           Anualmente, a cidade realiza uma bela festa onde fabricantes e artesões locais expõem seu trabalho. O evento atrai público, divulga a qualidade dos produtos do ramo ali fabricados e eleva o nome do município de Lagoa Dourada.



Texto de   Atner Maia e Júnia Lovaglio
Fotos de Atner Maia 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A IMAGEM QUE ELEGE



Escolher um governante não é uma tarefa fácil, ainda mais quando este não é tão conhecido pela população. A imagem de um politico é capaz de gerar confiabilidade em uma sociedade. Mas até que ponto os estereótipos construídos conseguem alavancar a credibilidade do mesmo?
São João del-Rei Há alguns dias elegeu para prefeito o ex-reitor da UFSJ, Professor Helvecio Reis, um homem que era conhecido no mundo acadêmico, mas não o suficiente para ser eleito como representante de um município. Segundo o mesmo, o trabalho de construção da sua imagem junto à comunidade se deu quatro meses antes das eleições. E foi esse trabalho que o ajudou a se tornar conhecido na cidade e a transmitir confiança aos eleitores.
Para a Julyana de Carvalho, a confiança que ela teve em votar no atual prefeito, foi o contato corpo-a-corpo feito por ele todo esse tempo, pois assim, ela pode perceber o quanto humilde e comprometido ele é. “Ele veio aqui em casa, conversou comigo, me abraçou, rimos, falamos dos problemas do bairro e da minha rua. Ele ouviu todas as minhas indignações e se mostrou pronto a nos atender. Espero que ele faça muito pela cidade, porque ele é um bom homem e me pareceu honesto.”
Ao mesmo tempo o candidato concorrente, Nivaldo Andrade, utilizou pouco dos recursos de comunicação em sua campanha, por já ter uma imagem firmada junto à sociedade. O mesmo declarou-se igual ao povo, vindo do povo, ser de família humilde e simples. Criando ai um estereotipo forte, porém não o suficiente para elegê-lo.
A Professora Doutora Adélia Diniz,  questionada sobre os motivos que levam uma sociedade a mudar seus conceitos junto à ideia de imagem representacional de um povo, afirmou que isso acontece porque o povo passou a ser mais critico e consequentemente irá se identificar com a imagem que o mais represente. ”A imagem que é construída se torna um mix de atributos de natureza pessoal com outros de natureza funcional”.
Dona Ângela da Silva, balconista, acha que a imagem dos políticos de São João del-Rei não interferiu muito em suas escolhas. Para ela, o que mais a ajudou na hora de votar, foi o santinho que tinha em casa. “Eu não fui muito pelo que eles são, votei no primeiro que vi lá em casa. Já estou cansada dessa falação de melhorias e até hoje não ter nada diferente”.


Texto de Eduardo Gaio