sábado, 3 de novembro de 2012

ROBIN HOOD LATINO



Um líder político de forte carisma buscando o bem comum às classes menos favorecidas, contrapondo-se à elite e enfrentando governos mais poderosos. Falando assim, o enredo se aproxima ao de um filme medieval, no qual o protagonista, por algum motivo, se vê obrigado a agir contra inimigos que prejudicam seu povo. E é exatamente sob esse olhar que o documentário de Kim Bartley e Donnacha O’Briain, “A revolução não será televisionada”, é pautado.
Bartley e O’Brian realçam ao longo de todo o documentário o forte apelo popular que Chávez detinha das camadas mais pobres, como o presidente mantinha uma aproximação com esses eleitores, e por que o adotaram como um verdadeiro herói da  nação venezuelana. Talvez isso se dê por sua tentativa, em 1992, de dar um golpe contra o governo da época ou por não ser branco nem vir de uma classe política tradicional. Não importa, o fato é que Chávez era apoiado por 80% dos venezuelanos, esses a quem havia prometido redistribuir as riquezas.
Em contrapartida, Chávez não era muito bem aceito pela elite venezuelana, que não estava muito satisfeita com a redistribuição das riquezas. Chávez tinha também outro poderoso inimigo: Os Estados Unidos, o qual via na Venezuela uma fonte barata de petróleo. Como as propostas do governo Chavista se opunham diretamente aos ideais da grande elite venezuelana, os opositores tiveram como principais líderes o presidente da maior federação empresarial, Pedro Carmona, e o chefe da CTV, Carlos Ortega, que buscaram aliança no governo americano.
Além da aliança americana, esses líderes opositores tiveram na mídia privada o grande diferencial para propagar a ideia de que o chavismo se apoiava na violência, se equivalendo à ditadura de Hitler e Mussolini. A mídia internacional, sobre tudo a do EUA, também fazia sérias críticas ao governo chavista, ao ponto de generais venezuelanos assumirem as preocupações da CIA e ameaçarem, em rede aberta nos canais privados, que Chávez deveria ser deposto.
Enquanto na mídia privada bombardeavam-se críticas ao chavismo, na TV aberta, por sua vez, Chávez comandava um programa onde ele falava diretamente com o telespectador. De forma simples e pessoal, ele ganhava através de suas aparições em rádios e televisão a lealdade do eleitor. Recebia cartas do seu povo e fazia questão de respondê-las sempre que possível, não havia jeito de se opor contra um líder como esse, não quando o seu povo faria de tudo para defendê-lo.
O grande fator, então, para Hugo Chávez ter se consolidado como o grande líder político que é, foi justamente o fato de fazer do seu eleitor um amigo íntimo, preocupar com seus desejos e se mostrar sempre igual aos demais. Não fosse por essas peculiaridades do governo chavista, Chávez estaria hoje preso em alguma prisão americana e a Venezuela sendo governada por Pedro Carmona. Não dá para negar, Chávez e o seu povo são um só, um luta a guerra do outro, e vencer uma maioria de 80% não é tão fácil assim.
Através de depoimentos reais, o documentário mostra como um grande líder pode ter poder sobre o seu povo apenas por seu carisma, evidencia as dificuldades de um governo populista na luta contra uma elite e uma grande potência mundial e mostra que a união de um povo pode fazer a diferença, mesmo quando essa luta parece estar aparentemente perdida. É um documentário sobre a devoção de um povo por um líder de grande carisma social. É uma verdadeira história de amor por sua pátria.


Texto de Artur Caldas*
Imagem: Google imagens


*Artur Caldas é aluno do primeiro período do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de São João Del Rei.


Referências: BARTLEY, Kim/ O’Briain Donnacha, The Revolution Will Not Be Televised. [Documentário]. Produção de Power Picture, direção de Kim Bartley e Donnacha O’Briain.. Irlanda, 2003. 1h14min. Color



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

FESTIVAL MIRALONGE DE MÚSICA INDEPENDENTE MOVIMENTA A CIDADE DE SÃO JOÃO DEL REI


A banda Absinto Muito levou a galera ao delírio durante o Show


Aconteceu nos dias 1º a 4 de novembro o primeiro festival de música independente de São João Del Rei. O festival que é uma realização do coletivo Sem Eira Nem Beira, juntamente com a rede Fora do Eixo, integra o circuito mineiro de festivais independentes. O festival Miralonge aconteceu no campus Dom Bosco da universidade federal de São João Del Rei com programação variada que agradou uma diversidade de gostos e públicos, tendo desde oficinas, debates, intervenções artísticas e shows.
O festival trouxe para a cidade diversas bandas que movimentaram o cenário musical mineiro nesse dias de circuito estadual. Bandas de fora da região como Vandaluz (Patos de Minas), El Efecto (Rio de Janeiro), Coletivo Dinamite (BH) , Silva Soul(Juiz de fora), Absinto Muito (BH) e The Hells Kitchen Project (BH) . Além de bandas da região das Vertentes que também foram lembradas como Devise, Os Fernandes, Pré-Pagos e Martelo de Pano.
Os shows e as oficinas realizadas atraíram muito o público que lotou o campus Dom Bosco nos dias de evento. As chuvas de finais de show não foram capazes de desanimar o pessoal que foi prestigiar o festival. A intervenção das oficinas de fanzine juntamente com fotografias chamou a atenção da galera que fez questão de apreciar a exposição.
A cantora Zaika embala com o Coletivo Dinamite
         O coletivo Sem Eira nem Beira surgiu esse ano em São João Del Rei com o intuito de fomentar a cultura da cidade. Em parceria com o Fora do Eixo, já realizaram diversas empreitadas, com o audiovisual “Aqui Bate um Coração” e a Semana do Audiovisual (SEDA). O festival Miralonge que terá outra edição no próximo ano promete se tornar um reconhecido evento cultural que irá movimentar ainda mais o cenário cultural da cidade histórica.




Texto de Karina Mascarenhas e Marlon Bruno
Fotos Fora do Eixo Divulgação

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FOCA NA ENTREVISTA

         A Trupe Sonora Casa de Orates não é “apenas” uma banda. Entremeando suas apresentações musicais com cenários de sonho e performances teatrais, luas, máscaras e cirandas, o grupo cênico-musical se destaca em uma forma de arte onírica e lúdica, num espetáculo não só de boa música (e muito boa música) mas de elementos visuais, envolvendo o público em um espetáculo coletivo de sonhos. Surgida em 2003, na cidade catarinense de Itajaí, a trupe desde o início apresentou uma proposta inovadora, de transitar por vários gêneros artísticos, utilizando elementos musicais com variadas influências – do jazz à música brasileira, da música medieval ao rock progressivo – e elementos cênicos que remetem ao sonho, à imaginação e ao lúdico.
O grupo já abriu shows como Mutantes, Sérgio Dias, Jarrah Thompson Band, Som Nosso de Cada Dia e Casa das Máquinas. Seus espetáculos sempre lotam os teatros de Santa Catarina, onde a banda é referência, além do público fiel que sempre acompanha seus shows por festivais do sul do país.
O primeiro CD, “O Artesão dos Sonhos” teve uma temática voltada para os sonhos e personagens oníricos. Atualmente a trupe trabalha na finalização do segundo CD, “Luaria”, que tem um ideal mais semântico, com signos remetendo a bruxas e seus significados míticos.
       Marcelo Azeredo, o “vocalista-flautista-saxofonista-percussionista-baterista-e-tudo-o-mais da banda”, conversou conosco sobre a proposta do Casa de Orates e também sobre novos cenários da música independente no Brasil.

Foca no Ponto: A Trupe Sonora Casa de Orates tem um público vasto e fiel, em todo Sul do país, mesmo não fazendo um som “comercial”. Quais são as dificuldades de fazer música independente? E ainda mais no caso de vocês, que fazem um som completamente artesanal, de que forma têm vencido estas dificuldades?
Marcelo Azeredo: Bom, a principio não considero, talvez, que façamos música artesanal. A proposta Casa de Orates  afina-se com as tendências do conceito de world music buscando não se prender a localidades, regionalidades, culturas. Em nossas canções buscamos através do lúdico encontrar de alguma maneira algo que toque as pessoas, nossas conquistas ao fazer música independente credito a isso. Do ponto de vista burocrático acredito que os projetos de leis de incentivo por todo país são uma possibilidade para a música independente contemporânea, uma maneira real e possível de desconstruir-se as grandes corporações midiaticas que dominam o mercado cultural mundial. Certamente, a questão econômica é o maior entrave para se promover eventos autênticos e independentes que alcançem um grande público.
FP: O Casa de Orates busca um espetáculo musical/visual, mesclando música, teatro e outras experiências artísticas. De onde vem sua criação? O que esperam passar através de sua música?

MA: As criações representam as particularidades somadas de todos os integrantes do grupo, buscando explorar sentimentos e vivências que passam pelo viés da poesia tornar-se real. Geralmente escolhe-se uma temática central que possa permear essas diferentes individualidades, por exemplo: os sonhos, as bruxas, os meios sociais...
FP: Os músicos da banda conseguem viver de música ou cada um tem outras atividades?
MA: Todos temos outras atividades e conquistamos também algum retorno financeiro através do grupo, com a venda de cd's e apresentações.
FP: O que na sua opinião seria uma iniciativa importante, quer seja do poder público ou de empresas ligadas à cultura – gravadoras, possíveis investidores...  – para que bandas não comerciais tivessem mais espaço?
MA: A meu ver, a mídia de modo geral controla a possibilidade de abertura cultural para grupos independentes. No momento em que grandes corporações empresariais e governamentais estiverem interessadas em atingir e formar um público culturalmente mais ativo, tendo isso como um projeto educacional que envolva toda a nação, talvez possamos ter o privilégio de conviver com programações midiáticas mais críticas e autênticas, menos alienadas e obsoletas.
FP: De que forma o uso da internet, myspace, redes sociais tem mudado a realidade das bandas, possibilitando maior visibilidade a quem faz música fora do eixo de FM's? Quais possibilidades isso abre ou dificulta?
MA: A web é certamente uma ferramenta impressindível para a conquista de novos públicos. A liberdade de comunicação via internet pode ser transformadora. Contudo, trata-se de uma questão educacional a construção de um cidadão que possa filtrar e melhor escolher seus conteúdos de interesse.

Assista uma pequena mostra do trabalho do grupo, nesta canção do primeiro álbum.





Texto de Danielle da Gama e Maria Catarina Carvalho

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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

DAMAE - OS DESAFIOS DA NOVA ADMINISTRAÇÃO

       O novo prefeito assume o cargo diante de uma cidade que apresenta inúmeros problemas.
       Foto de Nathanael Andrade

       A cidade histórica de São João del - Rei, se destaca no ramo do turismo, por seu centro histórico que se mantém conservado e pelas histórias que desmistificam suas construções e sua trajetória. Porém a cidade não se vê livre dos problemas de educação, na distribuição e tratamento da água e saúde. Tais problemas chamam a atenção do novo prefeito, Helvécio Reis, que pretende amenizar tais problemas deixados pela administração passada.
       Na saúde, Helvécio, fala em reformas. “Na realidade há uma proposta muito extensa, mas podemos dizer que os principais aspectos dos nossos planos giram em torno de uma reestruturação total na saúde de São João del-Rei. É preciso repensá-la, aumentar o número de postos e de profissionais atuantes para aí sim a cidade ter condições de suprir essas demandas tanto na área urbana quanto na rural. Programas de saúde da família também precisam chegar a esses locais”, argumentou.
       Quanto à educação, o prefeito associa escola e formação social. Para o ex-reitor da UFSJ, as salas de aula precisam de profissionais motivados e de estudantes que contem com estruturas ocupacionais, além dos currículos tradicionais. Assim, na lista de implantações do petista foi incluído o sistema escolar de Ensino Integral. “A ideia é transformar a escola em espaço para educação, lazer e formações adicionais. As salas de aula são instrumentos essenciais para a socialização e proteção das crianças, mas para isso precisam de estrutura que inclui professores felizes no trabalho”, frisou. E lembrou que as políticas de remuneração vão ser estendidas aos demais servidores públicos.
     
       - “Não acredito em solução para o DAMAE”



       Foto de Nathanael Andrade
       O Departamento Autônomo Municipal de Água e Esgoto (DAMAE) é um problema crônico da cidade. Alvo de constantes reclamações, seus funcionários trabalham de forma precária, sem instrumentos necessários e proteção. Além disso, vários bairros da cidade enfrentam falta d’água, como é o caso de Cláudio Faccion, morador do bairro Bela Vista, que chega a ficar 15 dias sem água, e nos meses de inverno até um mês. Para esperar o auxílio do caminhão-pipa, depois de muito pedir, ele tem que deixar de trabalhar. Acredita que o atual método de cobrança pelo uso da água estimula o desperdício, e que uma parceria público-privada ou até privatização traria mudanças para o serviço em São João del - Rei.


Entrevista com o morador, Cláudio Faccion, sobre a precariedade de distribuição de água pelo DAMAE: 

Falta de água é um problema crônico e respostas para os problemas sempre são iguais

        -“Em torno de 15 dias [sem água]. Porém, nos meses de julho, agosto e setembro pode ficar até um mês sem cair água na caixa. O problema é crônico. Não somente a minha rua como também todo o bairro sofre com este problema. Há sempre problemas de abastecimento, principalmente em períodos de feriados e festas na cidade.” 
“Sempre entro em contato com o DAMAE e a resposta é quase sempre a mesma: problemas com a bomba do ribeirão ou estamos com nossos mananciais em situação crítica.”

Estrutura crítica da autarquia

       -“Não observo qualquer medida sendo tomada para minorar o problema. Não há qualquer tipo de investimento em infraestrutura de captação e distribuição de água. O DAMAE tornou-se ineficiente e cabide de emprego; vejo até funcionários sem equipamentos adequados para trabalhar.”


Caminhão-pipa

       -“Quando me atendem não há nenhum custo [sobre o serviço]. Somente tenho que perder o dia de serviço à espera do caminhão e passar horas e até dias implorando pelo abastecimento. Caminhão pipa não pode se tornar um meio de abastecimento de água numa cidade com população de mais de 80 mil habitantes.”

       “Apesar de ficar vários dias sem abastecimento de água nada muda na fatura. O valor é fixo, não há qualquer desconto pelos dias sem água.”



        Foto de Nathanael Andrade
        Mudança de prefeito não é a solução do DAMAE

       -“Sinceramente não acredito em solução para o DAMAE. Sendo uma autarquia ligada à prefeitura, ela ficará sempre a mercê dos interesses do prefeito, ou seja, dos interesses políticos, e não da população. Não vejo a prefeitura em condições de fazer os investimentos necessários na captação e distribuição de água e nem em regularizar a inadimplência hoje existente.”
       “A população não tem consciência da importância do uso racional de água e isto só ocorrerá quando ela pagar pela água que usou ou desperdiçou. O sistema atual não permite isto. Todo mundo paga o mesmo valor, ou seja, aquele que economiza água paga o mesmo valor que aquele que desperdiça água. Acredito muito na privatização ou numa parceria público privada, pois assim haveria condições de investimentos e talvez a população iria aprender quanto ao uso racional de água.”


                                                                              Texto e fotos de Filipe Augusto e Luana Carvalho

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ATHLETIC CLUB REALIZA COPA FEMININA DE BASQUETE

Equipe Feminina de Basquete do Athletic Club, vice campeã


Entre os dias 12 e 14 de outubro, foi realizado em São João del Rei no ginásio do Athletic Club, a 2ª Copa Athletic de Basquete Feminino. O evento contou com a participação de três times, Tiradentes, AVB de Belo Horizonte, e o time anfitrião Athletic Club.
O torneio foi divido em três jogos, no dia 12 de outubro foi realizado o jogo do time Athletic Club contra o Tiradentes, com as donas da casa ganhando do placar de 45 a 27. No dia 13, Tiradentes voltou à quadra contra o AVB, que garantiu a vitória com o placar de 57 a 36.
A decisão ficou para o dia 14 no jogo entre AVB e Athletic. Como as duas equipes tinham uma vitória cada, a vencedora desse jogo seria a campeã. O jogo foi muito disputado com diferenças pequenas de pontuação durante quase toda a partida. No último quarto o time do AVB se saiu melhor e levou o troféu. A partida terminou com o placar de 52 a 43. As outras equipes receberam menções honrosas.
Capitã da Equipe ABV recebendo o troféu de campeã
A jogadora Jennifer Zannit do Athletic,  convocada para seleção mineira de basquete que rompeu os ligamentos na época da convocação, participou da equipe de mesários do torneio, ela se recupera de uma operação bem sucedida. As cestinhas do jogo final foram Stefane do time do AVB com 29 pontos, Sarah Carvalho do Athletic Club com 27 pontos e Luciere do AVB com 23 pontos.
Para as jogadoras do Athletic Club o torneio foi uma preparação para etapa estadual do Jimi (Jogos de Minas) que se realizará entre os dias 13 e 18 de novembro na cidade de Juiz de Fora.






Texto e fotos de Alan de Carvalho, Aliny Ramalho e Everton Cardoso.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PÓS ELEIÇÕES: AS EXPECTATIVAS NA REGIÃO DAS VERTENTES



                 Com a determinação dos novos representantes do próximo mandato, surge uma configuração totalmente diferente em algumas cidades, como é o caso de Barbacena, Santa Cruz de Minas e São João Del Rei. Nestas cidades, não houve reeleição dos prefeitos e a Câmara Municipal foi renovada. Tal mudança foi definida pela população que é também a principal atingida pelo próximo mandato e as expectativas criadas pelo voto e a confiança depositada.
                 Em Barbacena, passado o período eleitoral, inicia-se uma organização política com mudanças significativas. Toninho Andrada (PSDB) assume com maioria de aliados no legislativo, em substituição a Danuza Bias Fortes (PMDB), que também possuía maioria na Câmara. E essa nova composição atinge toda a população barbacenense. De acordo com a dona de casa, Dirce Maria, o novo mandato agradou.  “Achei ótimo, gostei dos candidatos que foram eleitos. Espero que eles invistam na gente, tragam uma pracinha de ginástica para fazer exercício ao ar livre e melhorem a saúde em Barbacena que está muito ruim”, afirma.
                 Valter, guarda municipal acredita que a eleição de Toninho Andrada foi boa para o funcionário público e também para a população. "Espero que seja eficaz o próximo mandato, que melhore cada vez mais”, disse ele. Carla Gonçalves, funcionária da Câmara Municipal, tem expectativa de que os vereadores realmente façam o trabalho que foi confiado a eles e espera que a população tenha resposta positiva dessa confiança. 
       Em Santa Cruz de Minas também se inicia um período de grandes transições. A cidade antes governada apenas por homens será comandada, a partir de 2013, por uma mulher. Essa nova realidade marca um período de grandes mudanças na forma de governo e administração. Segundo a advogada da Câmara Municipal, Maysa El-Corab, a nova administração terá muitas mudanças. Para ela, a prefeita eleita, que é jovem e tem chances de fazer um bom mandato porque procurou se informar sobre as práticas em administração pública, além de contar com apoio do Governo Federal, o que irá facilitar para que a cidade seja contemplada com programas federais.  “Santa Cruz terá um governo mais participativo, onde a população poderá opinar sobre as mudanças mais necessárias e urgentes, pois esse é o modo petista de governar.”, completou Maysa.
       José Antonio da Trindade Resende, vereador reeleito,  se diz  muito satisfeito com  a vitória de Sinara Campos e acredita que ela fará uma boa administração, com total apoio da casa Legislativa. Segundo o vereador,  haverá mudança em alguns setores na administração, os funcionários concursados ocuparão seus cargos, e os cargos de confiança serão dispensados, além de haver contratação de secretários realmente aptos a ocupar funções tão importantes.
               Em São João Del Rei, Helvécio Reis (PT) assume a prefeitura ao lado de Cristina Lopes, vice prefeita que reforça a presença feminina nos cargos eletivos, seguindo a tendência dos últimos processos eleitorais em nosso país. Sobre o resultado das eleições, Taciana Braga , estudante e funcionária da câmara municipal diz: esperar que o novo prefeito invista em uma das áreas que necessita de mudanças positivas, que é a saúde, contratando novos profissionais, aplicando devidamente as verbas recebidas para que tenhamos um atendimento de qualidade. Ela ainda espera também que Helvécio faça jus à sua profissão e invista na educação, um ponto crítico não só na nossa cidade, mas em todo o país.
            Já a dona de casa Dulcinéia de Fátima, 53 anos, espera do prefeito e dos vereadores eleitos, o que foi prometido em campanha. "Acredito que esse professor eleito vai fazer muita coisa pela minha cidade. Ele parece ser uma boa pessoa, honesta e suas propostas eram boas.  Ele ( Helvécio Reis PT), conseguiu conquistar esse povo que tá cansado ver lixo na rua, que nunca consegue marcar uma consulta, e quando consegue demora mais de seis meses.”, completou.




Texto de Bruna de Faria, Isabela Mesquita, Paulo Carvalho e Rafaela Ramos

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sábado, 27 de outubro de 2012

FOCA NA ENTREVISTA



O novo professor do curso de Comunicação Social da UFSJ, Ivan Vasconcelos Figueiredo, nos recebeu em sua sala para falar um pouco mais sobre seu trabalho e suas expectativas sobre a universidade. Com apenas 29 anos, possui um vasto currículo com Graduação em Comunicação Social/ Jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa, Mestrado em Teoria Literária e Crítica da Cultura  pela Universidade Federal de São João Del-Rei e Doutorado (em andamento) em Estudos na Universidade Federal de Minas Gerais, além de diversos trabalhos e artigos publicados.

Foca no Ponto: Porque escolheu o curso de Comunicação Social?
Ivan: Porque ele é um curso que permite a você ser o mediador de um campo social o que é fundamental para a constituição do senso de cidadania da população.

FP: Qual a sua área de interesse dentro da Comunicação?
Ivan: Minha área de interesse dentro da comunicação é a Assessoria de Comunicação, Análise de Discurso e Estudos Culturais. Essas três áreas permitem o que eu considero dar voz ás minorias, o que as grandes mídias não fazem. E esse seria um viés pela área de Assessoria de Comunicação que eu vou conseguir pautar os veículos naquelas áreas que não seriam de interesse no cotidiano.

FP: Você tem algum profissional da comunicação no qual você se espelha ou tem admiração?
Ivan: Na Comunicação não, eu me espelho em um sociólogo jamaicano que se chama Stuart Hall.

FP: Porque você se espelha nele?
Ivan: Porque ele trabalha justamente essa questão do hibridismo das culturas.

FP: O que fez você optar por trabalhar na UFSJ?
Ivan: Eu escolhi trabalhar na UFSJ porque ela é uma universidade nova e tem um grande fôlego, e que eu considero cabeça aberta pra novos projetos como o meu.

FP: Que seria?
Ivan: Instituir uma Assessoria de Comunicação voltada para as minorias.

FP: Quais são suas expectativas na Universidade?
Ivan: Minhas expectativas estão em consolidar a área de Ensino e Extensão, mas, além disso, conseguir formar jornalistas como você em cidadãos críticos conscientes que são mais do que meros produtores de notícia e sim mediadores de debates sociais. Vocês são a ponte entre o saber e a comunidade.

FP: Pesquisando um pouco sobre seus trabalhos, percebemos uma grande preocupação em quebrar as barreiras da comunicação para surdos. Por que escolheu escrever sobre esse tema (Jornalismo para Surdos)?

Ivan: Isso começou na minha Monografia. Em Viçosa eu fiz um documentário junto com uma amiga minha, que fala sobre o cotidiano dos surdos na cidade, e nesse documentário eles narravam as dificuldades do dia-a-dia, os problemas com a barreira da língua, de conseguir informações e nesses problemas narrados tinha a questão dos telejornais. São pessoas que estão dentro da mesma sociedade que a nossa, mas que pela barreira da língua não têm possibilidade de se constituir inteiramente como cidadão já que uma das bases para isso é a informação. Se a informação no Brasil é passada só em Português e não também em Libras, significa que nós temos um atraso nesse sentido de inclusão. Durante o mestrado eu fiz uma pesquisa de recepção com telespectadores de surdos do único telejornal de Minas que traduz as notícias para Libras e um dos resultados foi que o telejornal não atende a essa comunidade, porque a Libras tem cerca de 10 anos de regulamentação, e os adultos não foram educados nessa área. A Libra não é ensinada na escola, então eles não conhecem os sinais, as notícias não traduzem o dia-a-dia deles, e não conseguem explicar o que eles precisam porque a dinâmica do telejornal não é feita pensada para a comunicação espaço-visual e sim para a comunicação, oral-auditiva. Com isso a sequência de três ou quatro segundos de um código de imagem não é suficiente pra um olhar que precisa ser contextualizado.

FP: Qual sua opinião sobre a mídia no Brasil e o papel que ela desempenha?
Ivan: A mídia no Brasil está sujeita a jogos de interesse de poder como qualquer mídia no mundo. Mas o Brasil ainda tem um avanço porque em 2007 constituiu o jornalismo público através da Empresa Brasil de Comunicação, então dos fatores que influenciam o tratamento da informação a gente tira a necessidade do mercado, e esse que é o maior influenciador hoje na mídia brasileira.

Texto de Aline Prado, Douglas Vidal e Sarah Reis

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