quinta-feira, 1 de novembro de 2012

DAMAE - OS DESAFIOS DA NOVA ADMINISTRAÇÃO

       O novo prefeito assume o cargo diante de uma cidade que apresenta inúmeros problemas.
       Foto de Nathanael Andrade

       A cidade histórica de São João del - Rei, se destaca no ramo do turismo, por seu centro histórico que se mantém conservado e pelas histórias que desmistificam suas construções e sua trajetória. Porém a cidade não se vê livre dos problemas de educação, na distribuição e tratamento da água e saúde. Tais problemas chamam a atenção do novo prefeito, Helvécio Reis, que pretende amenizar tais problemas deixados pela administração passada.
       Na saúde, Helvécio, fala em reformas. “Na realidade há uma proposta muito extensa, mas podemos dizer que os principais aspectos dos nossos planos giram em torno de uma reestruturação total na saúde de São João del-Rei. É preciso repensá-la, aumentar o número de postos e de profissionais atuantes para aí sim a cidade ter condições de suprir essas demandas tanto na área urbana quanto na rural. Programas de saúde da família também precisam chegar a esses locais”, argumentou.
       Quanto à educação, o prefeito associa escola e formação social. Para o ex-reitor da UFSJ, as salas de aula precisam de profissionais motivados e de estudantes que contem com estruturas ocupacionais, além dos currículos tradicionais. Assim, na lista de implantações do petista foi incluído o sistema escolar de Ensino Integral. “A ideia é transformar a escola em espaço para educação, lazer e formações adicionais. As salas de aula são instrumentos essenciais para a socialização e proteção das crianças, mas para isso precisam de estrutura que inclui professores felizes no trabalho”, frisou. E lembrou que as políticas de remuneração vão ser estendidas aos demais servidores públicos.
     
       - “Não acredito em solução para o DAMAE”



       Foto de Nathanael Andrade
       O Departamento Autônomo Municipal de Água e Esgoto (DAMAE) é um problema crônico da cidade. Alvo de constantes reclamações, seus funcionários trabalham de forma precária, sem instrumentos necessários e proteção. Além disso, vários bairros da cidade enfrentam falta d’água, como é o caso de Cláudio Faccion, morador do bairro Bela Vista, que chega a ficar 15 dias sem água, e nos meses de inverno até um mês. Para esperar o auxílio do caminhão-pipa, depois de muito pedir, ele tem que deixar de trabalhar. Acredita que o atual método de cobrança pelo uso da água estimula o desperdício, e que uma parceria público-privada ou até privatização traria mudanças para o serviço em São João del - Rei.


Entrevista com o morador, Cláudio Faccion, sobre a precariedade de distribuição de água pelo DAMAE: 

Falta de água é um problema crônico e respostas para os problemas sempre são iguais

        -“Em torno de 15 dias [sem água]. Porém, nos meses de julho, agosto e setembro pode ficar até um mês sem cair água na caixa. O problema é crônico. Não somente a minha rua como também todo o bairro sofre com este problema. Há sempre problemas de abastecimento, principalmente em períodos de feriados e festas na cidade.” 
“Sempre entro em contato com o DAMAE e a resposta é quase sempre a mesma: problemas com a bomba do ribeirão ou estamos com nossos mananciais em situação crítica.”

Estrutura crítica da autarquia

       -“Não observo qualquer medida sendo tomada para minorar o problema. Não há qualquer tipo de investimento em infraestrutura de captação e distribuição de água. O DAMAE tornou-se ineficiente e cabide de emprego; vejo até funcionários sem equipamentos adequados para trabalhar.”


Caminhão-pipa

       -“Quando me atendem não há nenhum custo [sobre o serviço]. Somente tenho que perder o dia de serviço à espera do caminhão e passar horas e até dias implorando pelo abastecimento. Caminhão pipa não pode se tornar um meio de abastecimento de água numa cidade com população de mais de 80 mil habitantes.”

       “Apesar de ficar vários dias sem abastecimento de água nada muda na fatura. O valor é fixo, não há qualquer desconto pelos dias sem água.”



        Foto de Nathanael Andrade
        Mudança de prefeito não é a solução do DAMAE

       -“Sinceramente não acredito em solução para o DAMAE. Sendo uma autarquia ligada à prefeitura, ela ficará sempre a mercê dos interesses do prefeito, ou seja, dos interesses políticos, e não da população. Não vejo a prefeitura em condições de fazer os investimentos necessários na captação e distribuição de água e nem em regularizar a inadimplência hoje existente.”
       “A população não tem consciência da importância do uso racional de água e isto só ocorrerá quando ela pagar pela água que usou ou desperdiçou. O sistema atual não permite isto. Todo mundo paga o mesmo valor, ou seja, aquele que economiza água paga o mesmo valor que aquele que desperdiça água. Acredito muito na privatização ou numa parceria público privada, pois assim haveria condições de investimentos e talvez a população iria aprender quanto ao uso racional de água.”


                                                                              Texto e fotos de Filipe Augusto e Luana Carvalho

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