O novo prefeito assume o cargo diante de uma cidade
que apresenta inúmeros problemas.
Foto de Nathanael Andrade |
A
cidade histórica de São João del - Rei, se destaca no ramo do turismo, por seu
centro histórico que se mantém conservado e pelas histórias que desmistificam
suas construções e sua trajetória. Porém a cidade não se vê livre dos problemas
de educação, na distribuição e tratamento da água e saúde. Tais problemas
chamam a atenção do novo prefeito, Helvécio Reis, que pretende amenizar tais
problemas deixados pela administração passada.
Na
saúde, Helvécio, fala em
reformas. “Na realidade há uma proposta muito extensa, mas podemos dizer que os
principais aspectos dos nossos planos giram em torno de uma reestruturação
total na saúde de São João del-Rei. É preciso repensá-la, aumentar o número de
postos e de profissionais atuantes para aí sim a cidade ter condições de suprir
essas demandas tanto na área urbana quanto na rural. Programas de saúde da
família também precisam chegar a esses locais”, argumentou.
Quanto à educação, o
prefeito associa escola e formação social. Para o ex-reitor da UFSJ, as salas
de aula precisam de profissionais motivados e de estudantes que contem com
estruturas ocupacionais, além dos currículos tradicionais. Assim, na lista de
implantações do petista foi incluído o sistema escolar de Ensino Integral. “A
ideia é transformar a escola em espaço para educação, lazer e formações
adicionais. As salas de aula são instrumentos essenciais para a socialização e
proteção das crianças, mas para isso precisam de estrutura que inclui
professores felizes no trabalho”, frisou. E lembrou que as políticas de
remuneração vão ser estendidas aos demais servidores públicos.
- “Não acredito em solução para o DAMAE”
Foto de Nathanael Andrade |
O
Departamento Autônomo Municipal de Água e Esgoto (DAMAE) é um problema crônico
da cidade. Alvo de constantes reclamações, seus funcionários trabalham de forma
precária, sem instrumentos necessários e proteção. Além disso, vários bairros
da cidade enfrentam falta d’água, como é o caso de Cláudio Faccion, morador do
bairro Bela Vista, que chega a ficar 15 dias sem água, e nos meses de inverno
até um mês. Para esperar o auxílio do caminhão-pipa, depois de muito pedir, ele
tem que deixar de trabalhar. Acredita que o atual método de cobrança pelo uso
da água estimula o desperdício, e que uma parceria público-privada ou até
privatização traria mudanças para o serviço em São João del - Rei.
Entrevista com o morador,
Cláudio Faccion, sobre a precariedade de distribuição de água pelo DAMAE:
Falta de água é um
problema crônico e respostas para os problemas sempre são iguais
-“Em torno de 15 dias [sem água]. Porém, nos meses de julho, agosto e setembro pode ficar até um mês sem
cair água na caixa. O problema é crônico. Não somente a minha rua como também
todo o bairro sofre com este problema. Há sempre problemas de abastecimento,
principalmente em períodos de feriados e festas na cidade.”
“Sempre entro em contato com o DAMAE e a resposta é quase sempre a mesma: problemas com a bomba do ribeirão ou estamos com nossos mananciais em situação crítica.”
“Sempre entro em contato com o DAMAE e a resposta é quase sempre a mesma: problemas com a bomba do ribeirão ou estamos com nossos mananciais em situação crítica.”
Estrutura crítica da autarquia
-“Não observo qualquer medida sendo tomada para minorar o problema. Não
há qualquer tipo de investimento em infraestrutura de captação e distribuição
de água. O DAMAE tornou-se ineficiente e cabide de emprego; vejo até
funcionários sem equipamentos adequados para trabalhar.”
Caminhão-pipa
-“Quando me atendem não há nenhum custo [sobre o serviço]. Somente
tenho que perder o dia de serviço à espera do caminhão e passar horas e até
dias implorando pelo abastecimento. Caminhão pipa não pode se tornar um meio de
abastecimento de água numa cidade com população de mais de 80 mil habitantes.”
“Apesar de ficar vários dias sem abastecimento de água nada muda na
fatura. O valor é fixo, não há qualquer desconto pelos dias sem água.”
-“Sinceramente não acredito em solução para o DAMAE. Sendo uma autarquia
ligada à prefeitura, ela ficará sempre a mercê dos interesses do prefeito, ou
seja, dos interesses políticos, e não da população. Não vejo a prefeitura em
condições de fazer os investimentos necessários na captação e distribuição de
água e nem em regularizar a inadimplência hoje existente.”
“A população não tem consciência da importância do uso racional de água
e isto só ocorrerá quando ela pagar pela água que usou ou desperdiçou. O sistema
atual não permite isto. Todo mundo paga o mesmo valor, ou seja, aquele que
economiza água paga o mesmo valor que aquele que desperdiça água. Acredito
muito na privatização ou numa parceria público privada, pois assim haveria
condições de investimentos e talvez a população iria aprender quanto ao uso
racional de água.”
Texto e fotos de Filipe Augusto e Luana Carvalho
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