Romário, pelo Flamengo, em 1995. |
A
FIFA e a revista France Football lançaram nessa segunda feira a lista dos 23
jogadores que vão concorrer ao prêmio Bola de Ouro. A seleção Espanhola lidera
a lista com sete jogadores indicados e a grande euforia: Neymar é o único
Brasileiro indicado ao prêmio. O jogador do Santos e da Seleção Brasileira irá
concorrer com nomes como o de Drogba, decisivo na final da Champions League
deste ano atuando pelo Chelsea e atualmente no Shanghai Shenhua da China, o argentino Messi, jogador
do Barcelona que é cogitado como favorito ao prêmio ao lado de Cristiano
Ronaldo, atacante do time rival Real Madrid, Falcão Garcia campeão da Liga da
Europa e da Supercopa Europeia com o Atletico de Madrid e Andrea Pirlo junto
com Buffon, jogadores da Juventus. Neymar repete a indicação do ano de 2011,
onde ficou com o 10º lugar com 1,12% dos votos.
Raí, pelo São Paulo, no Mundial Interclubes em 1992. |
Criada em 2010, a premiação Bola de Ouro é uma fusão dos
prêmios de Melhor Jogador do Mundo FIFA e Ballon
d’Or, onde anualmente indica os melhores jogadores e treinadores de ambos
os sexos. Também são premiados o gol mais bonito do mundo (Premio Puskas que o brasileiro Neymar ganhou no
ano de 2011 pelo gol feito contra o Flamengo no campeonato Brasileiro), a
personalidade do ano, a equipe Fair Play
e a equipe ideal, formada com os melhores jogadores de cada posição. É uma
grande vitória para Neymar estar entre os 23 melhores jogadores do mundo aos 20
anos, sinal que os jogadores que jogam no nosso país também são reconhecidos lá
fora. Luís Álvaro de Oliveira, presidente do Santos, polemizou na época quando
perguntado sobre Neymar ficar no Brasil e não ter o reconhecimento lá fora,
dizendo que os times brasileiros precisam parar de ter um sentimento inferior
aos europeus e que dinheiro não é mais importante do que ver seu craque brilhar
com a camisa do seu clube.
Pelas indicações anteriores,
muitos membros da imprensa brasileira afirmam que o jogador só é reconhecido
quando passa a atuar na Europa, onde estão os maiores craques do mundo, mas
devido à segunda indicação consecutiva de Neymar ao prêmio podemos ver que esse
‘’tabu’’ está próximo de acabar. Mas Neymar não é o primeiro a
conseguir essa indicação jogando no Brasil. Em 1992, Raí conquistou a 10ª
posição atuando pelo São Paulo, ano que o time se consagrou campeão da Libertadores
da América e do Mundial Interclubes. Em 1995, Romário foi eleito o 4º melhor
jogador do mundo jogando pelo Flamengo, em 1996 o atacante conseguiu o 11º
lugar na lista jogando parte da temporada no Flamengo e no Valencia da Espanha.
Também em 1995, outro jogador do São Paulo recebeu a indicação, Juninho
Paulista foi o 8º colocado na lista, porém no final do ano se transferiu para o
Middlesbrough da Inglaterra. Fato parecido com o de Giovanni em 1996 quando
ficou em 16º lugar pela temporada que fez no Santos e no Barcelona.
O que Luis Álvaro quis nos mostrar não é mais novidade para
muitos e sim para alguns membros da imprensa que pressionam a ideia de que só é
possível estar entre os melhores do mundo jogando na Europa, ideia que já
percebemos não ser válida. Os clubes brasileiros fazem parte desta “vitória”
quando possuem o comprometimento com o jogador, dando-lhe liberdade para criar
seus movimentos em campo, estabilidade financeira para que o jogador se sinta
confortável no clube que defende e se mantendo firmes em não “abaixar a cabeça”
para os clubes europeus. Diferente do que alguns membros da imprensa e até
alguns treinadores e dirigentes defendem, é possível se destacar entre os
melhores do mundo jogando no Brasil. Fortalece o futebol brasileiro manter
craques de alto nível jogando em nossa terra, é isso que fará o nosso futebol
voltar a ser visto como o melhor do mundo.
Texto de Thaís Marques
Fotos: Google
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